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terça-feira, 29 de outubro de 2013

1 "Você sabe quando as cabras monteses dão à luz? Você está atento quando a corça tem o seu filhote? 2 Acaso você conta os meses até elas darem à luz? Sabe em que época elas têm as suas crias? 3 Elas se agacham, dão à luz os seus filhotes, e suas dores se vão. 4 Seus filhotes crescem nos campos e ficam fortes; partem, e não voltam mais. 5 "Quem pôs em liberdade o jumento selvagem? Quem soltou suas cordas? 6 Eu lhe dei o deserto como lar, o leito seco de lagos salgados como sua morada. 7 Ele se ri da agitação da cidade; não ouve os gritos do tropeiro. 8 Vagueia pelas colinas em busca de pasto e vai em busca daquilo que é verde. 9 "Será que o boi selvagem consentirá em servir você? E em passar a noite ao lado dos cochos do seu curral? 10 Poderá você prendê-lo com arreio na vala? Irá atrás de você arando os vales? 11 Você vai confiar nele, por causa da sua grande força? Vai deixar a cargo dele o trabalho pesado que você tem que fazer? 12 Poderá você estar certo de que ele recolherá o seu trigo e o ajuntará na sua eira? 13 "A avestruz bate as asas alegremente. Que se dirá então das asas e da plumagem da cegonha? 14 Ela abandona os ovos no chão e deixa que a areia os aqueça, 15 esquecida de que um pé poderá esmagá-los, que algum animal selvagem poderá pisoteá-los. 16 Ela trata mal os seus filhotes, como se não fossem dela, e não se importa se o seu trabalho é inútil. 17 Isso porque Deus não lhe deu sabedoria nem parcela alguma de bom senso. 18 Contudo, quando estende as penas para correr, ela ri do cavalo e daquele que o cavalga. 19 "É você que dá força ao cavalo ou veste o seu pescoço com sua crina tremulante? 20 Você o faz saltar como gafanhoto, espalhando terror com o seu orgulhoso resfolegar? 21 Ele escarva com fúria, mostra com prazer a sua força e sai para enfrentar as armas. 22 Ele ri do medo e nada teme; não recua diante da espada. 23 A aljava balança ao seu lado, com a lança e o dardo flamejantes. 24 Num furor frenético ele devora o chão; não consegue esperar pelo toque da trombeta. 25 Ao ouvi-lo, ele relincha: 'Eia!' De longe sente cheiro de combate, o brado de comando e o grito de guerra. 26 "É graças à inteligência que você tem que o falcão alça voo e estende as asas rumo ao sul? 27 É por sua ordem que a águia se eleva e no alto constrói o seu ninho? 28 Um penhasco é sua morada, e ali passa a noite; uma escarpa rochosa é a sua fortaleza. 29 De lá sai ela em busca de alimento; de longe os seus olhos o veem. 30 Seus filhotes bebem sangue, e, onde há mortos, ali ela está".


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